«Quando penso naquele período de quase uma década em que trabalhei como repórter no então jornal de maior circulação da Paraíba, sinto como se houvesse ultrapassado uma convenção, uma fronteira; como se houvesse escalado um monte muito alto, para perceber o mundo à minha volta por sobre a estreita cúpula de pedra.
Só hoje tenho consciência do que fiz, em todos aqueles anos em que dactilografava os acontecimentos cotidianos da minha cidade, do meu país; por baixo do texto objectivo, de parágrafos curtos, insinuava-se uma outra escrita: um outro texto que dizia que cegueira e jornalismo não são incompatíveis; uma outra gramática de relações em que dialogavam o Braille, a dactilografia e a linguagem jornalística na construção dos furos de reportagem que então fui capaz de produzir.»
Joana Belarmino
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